sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Mas vá fumar lá do outro lado

A ditadura pode ter sido boa pra toda a sua família. Pra todo o ciclo de amigos deles, pode ter sido maravilhosa pra todos eles. Sensação de segurança, proteção dos interesses nacionais acima de tudo, progresso industrial e educação que o aluno respeitava o professor.
Mas nem todos são subservientes e condizentes quanto todas essas pessoas foram. Muitas viram um pouquinho melhor através da fumaça da censura. Muitos viram isso bem de perto. Um amigo, um parente, vizinho, professor, amor, filho. Talvez no plural. Muitos sofreram disso e muitos foram silenciados de maneiras que fariam o seu "nossa" quando assiste um filme gore algo muito fraco pra expressar seu nojo.
Eu não sou maioria. Pelo meu jeito de pensar, entende? Me paga um café ou uma breja que eu explico. Tem muitíssimas pessoas que também não são maioria. Pelo simples ser delas, o que elas amam, acreditam e vivem. Sim, muitas, mas ainda minoria. E elas vão sim estar na mira da maioria, e eles estão sim sujeitos a tudo que sua família e todos aqueles que você conversou sobre o período da ditadura afirmam que nunca aconteceu.
Você pode passar por um período fascista e achar lindo, ter a melhor época da sua vida, com todos os seus amigos prosperando e proliferar depois quão bom tudo isso foi. Mas muitos não estão com expectativas tão bonitas e livres como as suas.
E é com eles que eu me importo. Pra que eles não sofram e você vai falar que foi merecido sem nunca ter procurado sobre a pessoa. Que foi pouco. Que seria melhor que esse período fosse eterno.
Quantos estão feridos desde aquela época até hoje só por serem diferente da maioria? Quantos são feridos ou estão sendo feridos agora pelo mesmo motivo?
Mas todos eles, todos, são comunistas. Mereceram. Foi pouco.


Que ninguém com força maior que a sua, por inveja, rixa, pra rir, aponte o dedo pra você e diga "comunista". Porque ai vão contar que você mereceu. E ai vão dizer você mereceu, seu comunista.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Sempre faça o melhor que você consegue.

Calma, não vou começar com aqueles discursos chatos de "se esforce mais" e bláblábla. Esse negócio de 100% é, em minha não tão humilde opinião, bobagem. Mas, ainda sim, faça o que o título sugeriu. Eu explico.
Eu me cobro bastante, a ponto de me sentir mal quando algo não funciona ou não dá certo por algum motivo. Mas, ao mesmo tempo, sou bem (mais ou menos) tranquilo quanto aos "ah, não fiz x ou y". Mas eu vejo cada vez mais pessoas ansiosas, sofrendo por não conseguir algo e se culpando quando algo fora do alcance não trabalha a nosso favor. Cuidado com isso!
Você não tem que se culpar se não fez o trabalho pra facul! Próxima vez, tire um dia para fazê-lo, ou divida esse trabalho em etapas e faça um pouco de cada vez. Vai ter dia que você não vai fazer nada, sabemos disso, então comece as etapas com antecedência.
Deu algo errado no trabalho? Procure ajuda para consertar o que quer que tenha falhado (sim, provável que você tome uma bronca, mas é melhor essa bronca do que a que você pode tomar caso esse problema aumente). Se um plano não funcionou, veja onde ele falhou e o que pode ser melhorado para uma próxima tentativa. Não deu certo em nada? Descarte o plano, pegue as ideias desse plano (o que parecia bom antes de falhar) e implemente em outra ideia!
O crush já disse que não vai te notar? Agradeça por não estar sendo feito de bobo ou boba e siga sua vida. Paixão passa (mesmo que doa um pouco [mesmo que doa bastante {mesmo que além de doar te faça se sentir um grandessíssimo idiota}]) e existem muitas outras pessoas no mundo (muitas mesmo, mais do que o necessário se pararmos pra pensar). Ajuste seu radar, procure outra pessoa que mereça seu carinho e seu respeito e bola pra frente.
O que eu quero dizer é: sinta-se feliz pelo seu esforço. Não importa o resultado, o que vale é o aprendizado (desculpa, sei que parece auto-ajuda, mas é uma maluquice nova que passou pela minha mente).
Quando você foca no resultado, a nossa cobrança nunca pára, porque nunca seremos tão bons quanto queremos ser, ou quanto as pessoas cobram de nós. Foque em fazer o seu melhor, cobre a sua atitude e seu esforço em relação a seja lá que caralha está passando na sua cabeça enquanto você lê essa merda. É isso que temos que melhorar, como nós reagimos a vida e aos problemas, não como a vida reage a nosso esforço. Não devemos cobrar bonificações do destino, a vida não é uma merda de um "se esforce e ganhe", ela é um caça-níquel (aquelas máquinas que você põe uma moeda pra ganhar mais moedas, sabe? Expliquei porque dúvido que caça-níquel seja uma palavra usada no dia-a-dia das pessoas normais).
Cada vez que você se dispõe a fazer algo, você está cultivando moedas. A vida vai engolindo essas moedas e, sem muito motivo, as vezes ela vai te contemplar com um grande prêmio, as vezes com um menor e às vezes ela vai te jogar no chão, chutar sua cara e ainda rir de você todos os dias por muito tempo toda vez que você tentar fechar os olhos pra dormir. Sim, life is tough! Seja também.
Resumindo, se esforce. Cobre seu esforço. Foque em você, na sua parte, no que você pode e ou deve fazer, não no que virá disso. Não foque em ser o melhor, foque em melhorar. Foda-se que aquele nerd tirou 9, foda-se que a média de vendas do seu trabalho é maior do que a sua média, foda-se que ele ou ela preferiu outra pessoa. Se esforce para melhorar. Se você melhorar sua nota em meio ponto, se conseguir aumentar, mesmo que pouco, suas vendas, se encontrar outra pessoa que te valorize mais do que a anterior; você está vencendo.
Quando der absolutamente tudo errado, lembre-se: você é forte o suficiente para continuar lutando. Contra tudo e contra todos, pé na porta e soco na cara.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Diálogos da razão

Não existe nada mais estranho do que sentir algo que você não controla. Sério. Sentir "sua base tremendo", ter ciência disso e, mesmo que você queira, não poder ter autonomia sobre algo, é foda. Ver seu coração se entregar sem ao menos lutar, é estranhíssimo.
Poxa, já passei por tanta coisa, já me machuquei tanto e vejo meus pobres sentimentos felizes, como a muito não via. Como? Vocês não tem os medos e as incertezas da vida? Vocês não temem serem destruídos, mais uma vez? Não, já percebi que não.
Sempre tento ver meus sentimentos de longe, me iludindo que, se for dessa maneira, poderei guiá-los se não sentir a chama que eles emanam. Doce ilusão. Eles explodem, se reconstruem e explodem de novo. A cada beijo, a cada xamego.
Bem, pois que seja então, que esse tolo coração bata feliz enquanto convir ao mundo. Que vislumbres de futuros felizes apareçam, me façam de bobo enquanto fico sorrindo, talvez iludido. Vamos, as portas que sempre estão trancadas em mim estão escancaradas, fujam e sejam plenos, sabendo que talvez uma hora vocês voltarão ao lar e vão querer trancar a porta.
Caso seja só mais um aprendizado dolorido, bem... pelo menos vocês sairam do calabouço da minha alma, e viram a luz outra vez. Sou bom em curar meu coração ferido, vá quebrar-se por ai. Confesso que quando vocês, sentimentos, despertam, a vida ganha cores e sabores novos.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Pseudo-entendido comenta o amor.txt

Muitos procuram amor. E são muitos que não o encontram. Seria o problema a quantidade de pessoas? Bem, se você for de São Paulo e pegar o metro, vai ter certeza que não. Tentemos problematizar não os humanos necessários, mas sim o amor. Primeira e mais simples pergunta, o que é o amor? Não, não vou pesquisar e fazer uma tese, isso é só um blog sem muitos leitores (se é que eles existem, mas se você está lendo isso, bem, você é a confirmação da minha pergunta). Você, leitor, respondeu minha pergunta. Pode não ter formulado essa resposta, mas ainda assim, respondeu-a. Farei de novo a pergunta, respire e preste atenção no que seu inconsciente vai dizer: o que é o amor?
Não tenho como saber sua resposta (tenho sim, comente, caso queira) então responderei da minha forma.
Em uma aula da faculdade, foi discutido o que é o leitor e a leitura. Não vou entrar muito nesse assunto, pois não é o objetivo. Mas um argumento deu um estalo em minha mente: sua leitura depende de quanto você já leu.
Exemplo simples: caso você tente ler um texto avançado em uma área a qual você não tem experiência (mesmo um conto ou uma poesia, não necessariamente um texto técnico ou teórico), a leitura será difícil, poderá acarretar em um entendimento "errado" ou mesmo desistimular a leitura a ponto de que ela não termine. Claro, você pode entender tudo e ainda se apaixonar por esse texto em questão, mas uma segunda leitura pode fazer (e provavelmente o fará) você ter uma idéia antagonica à sua idêia inicial de entendimento e ou prazer em relação ao texto.
Voltemos ao amor. Esse sentimento está plastificado em nossas mentes, seja por experiências próprias ou pelo conceito que temos do que é o amor (ou seja, pela nossa experiência de interpretaçào e leitura do mesmo). E esse é o erro.
Sabe aquele amor que queima? Sentir algo incontrolável por alguém, uma força maior que faz você sentir que nunca tinha vivido antes de ter x em sua vida? Isso que fode sua vida amorosa, a caça pelo amor "perfeito", palpável, que arde sem arder e os caralhos.
Somos bombardeados com o que deveria ser o amor perfeito. O príncipe que derrota o dragão. A jovem que luta contra sua família por um amor impossível. Amores que duram mesmo com a distância e com o tempo entre os envolvidos, ou mesmo um cara bobão que luta para conquistar a garota do seus sonhos, como naqueles filmes bosta de comédia romântica/ do Adam Sandler. Caso vocês estejam no mesmo século que eu, sabem que isso tudo é um monte de besteira (ou deberia saber).
Calma, existem excessões, mesmo nessa nossa era de "pau no cu do próximo". Eu acredito nesse tipo de amor. Mas, o que me incomoda é que muitos esperam essa paixão para se arriscar em um novo amor. E, como já havia dito, são excessões. É como o cara pobre, negro, isolado socialmente que passa no vestibular de medicina com livros que, sei lá, ele achou no lixo. My friend, ele é um em uma caralhada de pessoas. Veja se todos os vizinhos dele conseguiram. Não, só ele. Seus vizinhos estão lutando pra arranjar uma porra de emprego, para não morrer de fome. O amor também funciona assim, amiguinho.
As pessoas não procuram o que seria concreto nos relacionamentos. Alguém com assuntos em comum, que faça algo que acrescente em sua vida e que você possa acrescentar também. Não, não sou o amiguinho do "hurr durr friendzone, hurr durr bonzinho só se fode, hurr durr quem presta só se fode" e nem estou com dor de corno pq "crush, por que você não me nota". Mas, pela minha porca experiência de vida, vejo muito isso nas pessoas, um ideal de amor tão abstrato que faz com que "ninguém preste" ou crie uma impossibilidade de acreditar na existência do amor.
As pessoas procuram um amor formoso, belo, que vá preencherr o vazio existencial delas. Espelhar o que falta em você em alguém, e esperar que a pessoa te complete, meu caro, é uma filha da putísse sem tamanho. Você já é uma pessoa, vocé já é completo. Metade da laranja é o que você merece enfiado no seu cu, você nasceu e vai morrer sozinho, mesmo que cercado de pessoas ou segurando a mão da sua alma gêmea. Mesmo o corno do príncipe encantado do cavalo branco não é um complemento pra você. Quer algo que entre em você e te modifique? Compre um plug anal enorme e use-o sem lubrificante por um tempo. Ai sim, você verá mudanças. De resto, não procure uma bengala pra merda de vida que nós temos, mas alguém idiota o suficiente para te acompanhar, sem que você queira bater nessa pessoa no caminho.
Não procure o amor. Procure pessoas. Sim, pessoinha, pessoas. Pessoas tem defeitos, alguns enormes (e todos tem). Todo mundo peida fedido e caga quando necessário. A próxima vez que você tiver um crush, pense nessa pessoa acordando mais cedo que você um dia só pra reclamar. Pessoas fazem isso.
Já morei com uma pessoa, tenho uma filha, já tive namoros longos e curtíssimos, alguns inesquecíveis e outros que nunca ocorreram. Sabe no que isso ajuda na hora de encontrar alguém? Nada.
Simples, cada humano é único, my dear. Juro. Você espelhar sua expectativa em alguém é o que mais afasta as pessoas. Seja aquela paixão avassaladora ou o romance lindo de um livro, esperar isso de alguém não condiz com a construção de um relacionamento, mas sim um sonho tosco. Veja qualidades e defeitos, objetivos de vida e gostos em comum para iniciar algo, não um sentimento incontrolável. Isso te fará não sofrer, acredite em mim (e também vai te tornar um tanto cético e se sentir isolado as vezes, mas é parte do processo). Não procure alguém que te dê respostas, mas alguém que valha a pena conversar sobre sua última batalha. Alguém que incentive e descorra sobre a idéia idiota que você teve, não um tolo que apenas te ouça, ou apenas te siga, ou (o pior de todos) que ressalte a idiotice da sua idéia. Não espere alguém que fique o tempo todo contigo, mas alguém que aproveite cada segundo com essa escrotidão que você tem a coragem de tratar pelo pronome "eu" (estou mais ofensivo do que o normal nesse diálogo, ia até pedir desculpas, mas quero que você se foda, seja você quem for). 
Enfim, essa é minha "teoria". Procure por uma boa companhia que o amor virá te encontrar. Não espere alguém que solucione seus problemas e ajude nos seus defeitos, mas alguém que você sinta estar sendo sincera contigo. Não procure respostas, procure orgasmos e tardes de conchinha. Essa teoria pode, e deve, estar toda errada, mas que ela plante algo de bom em você. Que esse textão tenha pelo menos uma frase que seja útil ou interessante ao menos. Ou não, ninguém te obrigou a ler isso.
Ah, e minha propriedade para falar sobre o assunto é só uma: a porra do blog é meu e eu divulgo qualquer bobagem que eu quiser, vai se foder, te amo.

terça-feira, 25 de julho de 2017

Processo criativo

*escreve, escreve, escreve,*
*lê*
*apaga tudo*

Repete esse ciclo ad infinitum.


Como ser o pior dos piores em escrever e ainda assim escrever muito, aula 1.

sábado, 1 de julho de 2017

Sentimento da vida

Sabe o porquê de estarmos vivos?
O porquê. Sim, meus caros, vos crivo!
Experimentar, interpretar, entender
tudo, tudo e todos. Como funciona,
de cima, de baixo, esquema tático do Bracelona,
espaço a fronteira final e tudo e tal
BANG
O big bang meus caros, presenciamos
Expande a conciência, O nós! Humanos!
Seres primitivos,  Inventamos o EU.
Logo, viria o nós. Grupo, aldeia, o meu.
O quero, o preciso, o ser, entender, querer
Querer o quê? O quê? Saber, explicar. Poder.
Dinheiro, Deus, medo, fobia...
e assim perdemos a nossa essência...
Culpa dessa maldita dessa consciência!
Que, ao meu ouvido, assobia:
São 4:23, você precisa ir dormir para trabalhar!
Saco, me deixa escrever, procrastinar!

domingo, 18 de junho de 2017

Castelo de nada

Você já pensou no que seria o nada? Não, não o contrário de tudo, o nada como o nada. Zero absoluto? Existe isso? Pensa comigo:
Você não está com fome, sede, sono, não está bem nem mal, enfim, você está "nada". Você não está zero. Você sempre está alguma coisa. E, mesmo que queira insistir, você está nada, ou seja, você está "alguma coisa", logo, não está no zero absoluto.
Pensem nesses nossos nadas do dia a dia. Sim, você sente esses nadas, eu sei. Você pode não ter percebido, mas eles estão ai. Enfim, o que é esse nada.
O meu nada é abominável. Eu tenho tanta coisa ao meu redor, tanta coisa ao meu alcance, tantas pessoas ao meu redor... e tenho nada.
Eu sempre gostei disso no inglês: você não diz "eu não tenho nada" (I don't have nothing) Eu TENHO nada. Afirmo o nada. Se você nega o nada, você tem algo. Confuso? Nada.
Voltando. Somos um nada enorme. Cada um com seus nadas. Cada um completa seu vazio, seu nada, de alguma maneira.
Drogas, namoros, vícios, feitiches, eletrônicos, livros, escolha seu "seu" enquanto você sabe que tem nada. Você quer o seu, mas lá no fundo, você tem nada.
Consuma mais, compre o celular top of the tops. Beba igual um gambá (amo essa expressão, imagina um gambá muito louco de catuaba, falando várias merdas!). Se apoie em alguém (ou algo, amém) para completar seu nada. Uma hora, você se ilude e caí no ciclo "isso me completa, quero mais" (sempre aumentando o ciclo, sem perceber claro).
O que te preenche esse nada que somos, te pede cada vez mais. E mais. E mais... e no final, sabe o que terás? Nada.
Minha mãe falava isso pro meu pai: "quando você morrer, vai ter um caixão e duas caçambas pra enterrar". E, vendo esse "monte de coisa", esse nada fica assustador.
Eu tenho minha casa. Eu tenho minha filha. Meu pai. Meus amigos. Meu ganha pão. Minha roupa, meus cigarros, minhas brejas, meus, minhas, meus, minhas... Nada.
Essa sonoridade do nada assusta. "Após a morte, vem o verdadeiro nada". Caralho... caralho mesmo, to vivendo igual um filho da puta e vou virar pó quando morrer, tomar no cu hein. Ai vem um e fala "ah, obedece o que eu to falando que você vai ter tudo no pós-morte". E hoje tem quem brigue por qual fantasia é real e verdadeira, com direito a tretas entre quem acredite na mesma divindade. Eita.
Será que aceitando o nada, aprenderemos o que é o tudo e o nada? Será que aceitar o nosso vazio é o necessário para conseguir completa-lo? Sabe o que eu tenho para concluir de tudo isso? Lógico que sabe, o mesmo que você acha sobre esse texto.
Nada.

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